Victor Machado Barcellos
22 de jul. de 2024
Os debates sobre a existência da consciência em animais não humanos vêm ganhando cada vez mais destaque nos círculos científicos e filosóficos ao redor do mundo. Um importante empecilho que a área atualmente enfrenta diz respeito à construção de um método confiável capaz de identificar se um determinado animal não humano possui estados mentais conscientes. A literatura nomeia essa questão de “o problema da mensuração da consciência animal”. A presente dissertação possui como objetivo analisar e responder esse problema através da combinação entre o uso de evidências empíricas e de ferramentas filosóficas. Dito isso, existem inúmeras formas de respondê-lo. Ao longo do texto, analisarei algumas das que são consideradas mais relevantes na discussão atual. Uma delas é a concepção cética de que não há questão de fato sobre os animais não humanos serem ou não conscientes. Em contraste, as abordagens neutras e newtonianas buscam se esquivar de compromissos metafísicos e teóricos para atribuir consciência aos animais. Ao final da dissertação defenderei a chamada “abordagem teórica leve”, posição originalmente proposta pelo filósofo Jonathan Birch. Buscarei mostrar que ela é atualmente a hipótese empiricamente mais adequada e filosoficamente plausível dentre as disponíveis na literatura.